domingo, 8 de agosto de 2010

In-tei-ro


É realmente muito simples: duas pessoas se conhecem e algo acontece. Algo sempre acontece, e não há nada de errado nisso.
O problema? O problema é quando continua acontecendo, over-and-over, como se fosse possível adiar o fim de qualquer momento que seja.
Daí, quando deixa de acontecer, é como um vidro sendo deixado cair Lentamente você o observa se afastar das tuas mãos, você sabe que vai espatifar-se em quatrocentos caquinhos e que por mais que você tente, nunca vai poder colá-lo de novo. E então, ele toca o chão fazendo barulho, tipo um ultimo suspiro, sei lá o quê e você fica lá, olhando os cacos, pensando nas várias formas com que poderia tê-lo segurado para evitar a queda...
E você, foi como um prato de vidro que eu deixei cair. Aliás, não sei bem se eu fui o prato ou você, o fato é que 'nós' viramos caquinhos. Quatrocentos caquinhos.

Isso tudo é pra dizer que ainda penso naquelas horas que eram nossas. E ainda esboço um sorriso só de lembrar das nossas birras, nossas farpas, nossas coisas. Só de lembrar que havia, ainda que timidamente, alguma coisa NOSSA. Porque afinal de contas, é isso que importa no fim, ter algo bom pra lembrar.

Fim. Estranho pensar assim, não é? Estranho que haja fim pruma coisa que nem precisou de começo. Fomos tão rápidos, estranhamente intensos, e -tenho orgulho dessa aqui- tão furtivos... Eu não lembro do nosso começo, tu lembra? Aposto que não. Mas eu lembro dos nossos nós de nós mesmos, o tempo inteiro. Preciso lhe contar essa, você vai rir, posso imaginar a sua cara e você balbuciando 'otária' pra esse papel aqui. Tu tens ocupado minha mente muito mais agora do que antigamente, sabia? É SIM, agora que não somos nada mais do que fragmentos, eu tenho sentido vontade de você. Aquela vontade que antes eu não tinha não. Isso é a vida brincando de me dar lição. Querendo dizer nas entrelinhas a famosa imbecilidade geral de ''só dar valor quando perde''. Mas, convenhamos que aqui não se aplica.
Eu não te perdi. Eu nunca tive.

Eu sinto vontade de ter ficado contigo só na imaginação, pra que agora eu pudesse ter de verdade, ainda que com as imposições de limites que bem sabemos quais são. Queria poder te abraçar sem sentir peso nos braços, ou sei lá o que é isso que eu sinto. Te ligar quando pensasse em você, sem que parecesse o que de fato é (porém precisa ser disfarçado), te falar besteiras, te ver todos os dias..., como eu queria você agora. Inteiro. IN-TEI-RO.

Tu deve estar franzindo a testa, mas fique ciente de que eu também não entendo do que estou escrevendo aqui.
Apenas sinto. E de sentir eu entendo, você sabe. Apesar de não conseguir expressá-lo, todo o meu sentir é imenso. E você sabe, todo seu. A menos por hora. Por horas. Tem sido assim...
Sério, tem hora que é foda.

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