segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Arremesso


Se remexe dentro e fora de mim. Em tão curto espaço e em tão pouco tempo ela se encaixa depois da ventania e vira morada pro meu espírito desencaixado. Sai por ai andando de mãos dadas com os meus rastros. Um passo na frente do outro, em seguida o próximo e assim, lá se vai mais um complemento de mim. E daqui de dentro, incorporo as tantas que fui e as tantas que sou numa tentativa tão mais desencaixada de me tornar outras melhores.
Grita e esperneia. Bate o pé. E eu ainda que desacreditada, vejo seus dedos folheando a minha mente. Perdoo - a por isso e perdoo quem não a sente. Só quero descobrir um jeito mais bonito pra olhar de frente, deixar de ver atrás das brechas o que mora aqui dentro. Porque alma também chora, molha todos os meus sonhos e acordo assim, amanhecida demais. Pronta pro tudo. Só depois descubro que tudo é pouco e que pronto é aquele que espera pela lida do que já foi escrito. O coração estremece. Bate pelo inesperado.
Por isso alma, anoitece pouco alfabetizada. Pouco de mim te assombra, mas muito de Ti me arremessa pro nada. Faz silêncio e descansa. Chega pro lado, fecha os olhos e deixa uns sonhos bonitos e sequinhos pra mim. Uma noite linda no mundo é fruto raro e eu ainda dependo deles pra me cobrir. Desentenda. Não faça o que quer se não sabe. Vira folha de mim ao vento e volta. Maiúscula.

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