quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Do que nao pode esqueçer

Ainda é especial, e tanto, tanto!



Esta dor gélida, aguda, de tão silente não pulsa, é inverno pois. Tudo vai perdendo formas e outra vez abre-se o labirinto em que os sonhos se perdem. Anestesiou, como de costume, e nesses efeitos eu já não sinto nada, nada além de uma falta de sentidos absoluta. Não há o que esperar, não há o que desejar com fervor, não há mais aqueles sonhos guardados com cuidado para se tornarem reais, não há nada a mais que esta realidade a ser aceitada, (logo por mim que jurei nunca desistir enquanto não realizasse NOSSOS sonhos, mais tudo se perdeu, e eu me sinto perdida como tudo) não há nada, apenas as lembranças, a lembrança intacta daquela voz que perdura dentro aqui, que de tão ausênte tem que morrer, mais não morre, se alimenta do resto de mim, da carcaça de meu suspirar, desse amor que tristemete ainda sabe existir, mais um dia vai ser só uma brisa, uma brisa gostoza que balançou meus cabelos e me fez sorrir... não é por vontade minha, mais não possuo mais forças, sou apenas silêncio, mudez das cinzas que restaram dentro de minha caixinha amarela, agora meio desbotada, mais em segurança, para não perder a matéria lúcida desse sentido que restou só em mim.
Ainda há um fiasco desse amor que não se lançou penhasco abaixo, preferiu por ficar aqui, dentro em mim, me fazendo relembrar de coisas que eu deveria esquecer, como uma ferida que não cicatriza, e fica ali, latejando sempre nos dias de chuva (onde as lembrar fica mais insuportável e doloroso). A tristeza intrepida, tristemente persiste em minha alma, que de tão familiar se tornou amiga, a única.
Me poupo de respostas, de planos, de sonhos...quero apenas ficar comigo e meu labor, me contentando com essa solidão enquanto puder, ficar aqui com este frio ao sol.
Me quedo neste lugar, neste momento inapreciável e sem sabor, solene de uma alegria solitária, levemente evaporada, e de palavras que desapareceram dos lábios, que antes jorravam uma calda doce de sentimentos, de quem costumava falar, falar de amor, de um amor que ainda não sabe morrer.

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