sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Falta a calmaria, faltam as estrelas, faltam ...

O céu tão vago de estrelas, permanece ameno de esperança, e a escuridão do inverno ofusca o clarão de teus olhos, que como faróis que iluminam o cais, permanecem acendendo em minha memória.
As ruas vazias expressam a solidão exacta que assola o espírito em todas os dias de todos os anos que passam, quando passos que levem a felicidade permanecem escondidos. Você foi os passos e as estrelas da noite profunda, você foi como um vento que entrou pela minha janela, delicado e suave como borboletas que revoam os verões, encheu a casa de teus cheiros e por outra janela saiu., ficando apenas um aroma de beleza deixado para trás.
O barco de minha alma perdeu-se da âncora que o mantinha preso ao razo seguro do mar, e com o bravejo das ondas amendrotado veleja por aí, sem as âncoras nem remos. O barco segue sem rumo sabendo que haverá um porto seguro a desembarcar e em algum momento de algum lugar que se poderá chegar ao abrigo eterno, onde perdido entre a penumbra densa das madrugadas nunca mais se achará. A alma continua ali, quietinha no fundo do barquinha, com medo de reparar na extensa imensidão do oceano azul-negro.
Meu coração dentro do peito faz apenas um barulho macio, que de um dia gritante cessou de querer existir, e há apenas uma calmaria vultosa que em vezes se atormenta... Há tanto que passou, há tanto que virá, e não se pode saltar mar-adentro apenas porque as ondas o ameaçam devorar.

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