sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Por dentro aqui

O coração de tão frio vai quebrar, despedaçar no peito em cacos pequenos, se tornando arteira as chances de reconstrução. Estou como uma árvore no inverno cortante: troncos secos e casca áspera. Não há vida, nem suspiros disso.
Da janela eu ainda posso sentir o que seria viver, os passáros formam um coro, uma melodia solene que me faz inspirar cheiro de campo, da uútopia que para mim seria viver, cheiro do qual sentimento puro se arrefece em minha alma, como o desejo de sorrir.
Desmontou, mudou, rearranjou. Mas estou intacta, inata em um momento que não é meu. A linha da vida é longa contudo fina, e talvez seja tarde para recolocar o trem nos trilhos. Em algum lugar, dentro de mim, eu sei ainda há uma sencibilidade para sentimentos neste deserto árido de meias palavras.

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